Fox Terrier de Pelo cerdoso

FCI 169 / Grupo 3 – Secção 1 Terriers de tamanho grande e médio



Retribuir e agradar ao seu dono são para esta nobre raça um objectivo sempre presente, ao contrário do que se pense, não é um cão de um só dono, é uma raça com uma personalidade muito vincada pois agem por impulso e gostam de explorar, o que faz com que sejam de certa forma teimosos e desafiadores.
É um cão especial que requer um dono também especial, que seja activo, pois precisa de exercício físico constante, para se manter em forma e mentalmente saudável, desde que exista uma bola por perto, ele não pára! O seu olhar cheio de vida é bastante expressivo e, apesar de ancestralmente ser um exímio caçador, é um cão de companhia por excelência.
No seio familiar aceita com mais facilidade as ordens de quem demonstre mais autoridade, não sendo esta obrigatoriamente quem lhe dedique mais atenção. Isto deve-se ao seu carácter hierárquico. Com as crianças mostra-se como um grande sentido de protecção, capaz de arriscar a sua vida para defendê-las, mesmo de um agressor com maior porte do que ele. A casa fica cheia de alegria e brincadeira incansáveis, a sua energia e vitalidade é contagiante e sem dúvida ele é uma parte integrante da família.
A maioria das pessoas associa a origem desta raça à Grã-Bretanha, mas a sua origem não é fácil de definir, até porque não existe uma data concreta que determine o seu surgimento, existem registos de que no Séc X a.c. na Roma Antiga, já existiriam cães parecidos com Terriers.

Em meados de 1570 toda a nobreza caçava a cavalo, o povo no entanto, que caçava ilegalmente algumas raposas e lebres, fazia-o acompanhar por pequenos terrier. Já no ano de 1700 a caça era feita a cavalo, apresentava algumas excepções, como a da raposa, que tinha de ser feita a pé, para que conseguissem tirá-las das tocas. Mas foi já no séc. XVIII, na Grã-Bretanha, que a raça teve um grande impulso com a sua utilização na caça á raposa para coadjuvar o Fox Hound, enquanto este descobria e circundava as presas, por seu lado o Fox Terrier devido ao seu tamanho, agilidade, coragem aliado á sua estrutura forte e compacta, entrava dentro das tocas e retirava as raposas para o exterior. As raposas davam luta, mas acabavam por ser presas fáceis sendo que, é daqui que surge a origem do seu nome, uma vez que fox significa raposa, e associa-se à palavra “Terrier” que significa terra.
O primeiro registo da raça foi emitido em 1860, sendo que 16 anos mais tarde em Inglaterra foi criado o primeiro clube de raça, o Fox Terrier Club. Os primeiros registos de importação da raça para os EUA datam de 1879.
Em 1898 na exposição de Birmingham o campeão foi um Fox Terrier de nome Go Bang, que foi vendido a um americano por 500 libras.
Foi já em 1985, que o American Kennel Club reconheceria, formalmente, as variedades de Fox Terrier de pelo cerdoso e a sua variante de pelo liso como raças separadas, no entanto os padrões de ambas são mantidos pelo mesmo clube, o American Fox Terrier Club.
Entre muitos cães que fizeram da raça o que é hoje, um dos pilares desta raça foi o exemplar Ch Talavera Simon nascido no ano de 1924. Deixou a sua marca pelas suas características morfológicas e capacidade a caçar. Tendo em conta a sua ancestralidade, se pesquisarmos a sua ascendência até á 70 anos atrás, chegamos a conclusão que hoje em dia qualquer Fox terrier cerdoso tem no seu pedigree os genes de Talavera Simon.

Para a sua popularidade contribuiu também, em 1929, a sua participação numa das histórias de banda desenhada mais conhecidas de sempre: “As Aventuras de Tintim”. O seu autor Hérge, inspirou-se num fox terrier de pelo cerdoso para criar Milu, o fiel companheiro da personagem. Esta saga saltou para o ecrã no passado ano fazendo furor.
O Fox Terrier de pelo cerdoso pertence ao FCI 169 / Grupo 3 – Secção 1 terriers de tamanho grande e médio, ganhou mais prémios no Kennel Club de Westminster do que qualquer outra raça, ganhando rapidamente a admiração de todos, e tornando-se assim numa das mais populares raças em todo o mundo.

O seu tipo de pelo, duro, denso e abundante tal como a própria raça, suscita dúvidas de qual a sua origem, existindo várias teorias. Há uma teoria que defende que esta variedade se desenvolveu a partir de cruzamentos entre Dachshunds (antigo Basset Alemão) e Galgos Ingleses e, mais tarde, com Foxhounds e Beagles.

Sendo que há quem defenda que estes derivam do Fox Terrier de pelo curto, a partir do cruzamento com a variedade de pelo cerdoso. Alguns anos mais tarde as duas raças foram, cruzadas na tentativa de aperfeiçoar a pelagem macia, sendo que esta pode ter sido uma das razões pela qual ambas foram reconhecidas como Fox Terrier.